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Arquitetos: MDAD - Matheus Diniz Arquitetura e Design
- Área: 350 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Guilherme Pucci, Gustavo Magalhães
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Fabricantes: ABC Cook, Aço Verical, Divina madeira, Garni Gás, INFE, JDO Construções Rústicas, Lajes sai, Mekanix elevadores, Speedtemper, Tespe Soluções, thyssenkrupp
Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício Purpurina foi construído na Vila Madalena em São Paulo, um bairro boêmio em processo de intensa transformação. O Lote do edifício, apesar de ser de esquina e ter grande destaque no bairro, é de difícil ocupação por conta de suas dimensões reduzidas. Apostando no potencial do terreno, o proprietário pediu um projeto para um edifício flexível, que no fim acabou sendo ocupado por um bar/restaurante de steaks e hambúrgueres com temática surf.
A partir de um estudo do entorno, foi estabelecido que a esquina, antes completamente murada, seria aberta e livre de obstáculos para a passagem de pedestres. Para que isso não prejudicasse o potencial construtivo oferecido pelo terreno, se escolheu deixar os pavimentos acima do térreo em balanço sobre esta área livre. A estrutura metálica foi uma escolha lógica neste caso, com os benefícios adicionais de ser de rápida execução e ter um resultado estético memorável.
Para realçar a solução estrutural e construtiva do edifício, foi escolhido o fechamento em vidro e as lajes em painéis treliçados de concreto pré-moldado. Como resposta à orientação solar da fachada lateral, foram desenhados brises metálicos com chapas de policarbonato alveolar refletivo. Os brises não só protegem do sol da tarde os espaços internos como formam um elemento estético que transforma a luz ao longo do dia; já à noite deixam o edifício com o aspecto de uma grande lanterna. Completando a linguagem industrial da edificação, o térreo foi fechado com um grande portão recuado de enrolar e painéis basculantes em chapa metálica.
Em uma negociação com o imóvel vizinho, removemos o muro lateral no recuo frontal da edificação, transformando a ambiência urbana deste trecho de calçada e garantindo que o prédio fosse visível para quem desce a rua Purpurina. Em conjunto com a esquina livre de obstáculos, essa gentileza transformou o aspecto do cruzamento e descongestionou visualmente este pequeno trecho da cidade. Internamente foi mantida a conexão visual entre os pavimentos com uma escada metálica de desenho leve e transparente, coroada por uma grande abertura zenital de vidro que traz ainda mais luz para o interior do edifício.
Por ser convidativa e confortável, o uso da escada acaba sendo priorizado e o uso do elevador pode ficar restrito para casos onde os usuários são pessoas com deficiências, idosos ou pessoas com carrinhos para crianças.